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sexta-feira, 20 de março de 2009

VIVER A QUARESMA

A peregrinação não é uma fuga das realidades concretas do dia a dia. É antes um retomá-las todas à luz da Páscoa de Cristo. O rosto visível da nossa sociedade está marcado por visões da realidade que se afastam do ideal cristão de vida e, por vezes, agridem a própria verdade da Natureza. Perante esse ambiente naturalista e materialista, onde nem sequer o carácter sagrado da vida humana é respeitado, onde a sexualidade se desligou do amor, onde a família é agredida e enfraquecida, onde o dinheiro se tornou rei, onde a verdade foi reduzida às vantagens pragmáticas de cada circunstância, onde se adivinha a ameaça de algumas leis deixarem de exprimir a verdade moral da Natureza, o cristão é convidado a esta peregrinação interior, de purificação da consciência e da mentalidade, revendo a atitude pessoal perante todas estas realidades. Nunca, como hoje, a purificação da liberdade se tornou decisiva, porque a reacção transformadora ao amoralismo de certos traços da sociedade, só pode vir de homens e mulheres livres, que assumem, com verdade, a responsabilidade da sua liberdade. Nesta peregrinação da Quaresma ecoa, a orientar-nos, a palavra do Apóstolo Paulo: “foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gal. 5,1).